terça-feira, 11 de setembro de 2007






Autobiografia

Nasci na cidade do Rio de Janeiro (RJ) às 5:10 hrs do dia 27 de Agosto de 1967, quarto filho de um carioca, Marcello, com uma baiana, Fernanda. Tenho
três irmãos, Oswaldo (Dado), Maurício (Mu) e Maria Eliza (Malica). Sou o caçula, o mimado, o xodó da casa. Fui vivendo minha infância muito feliz numa família divertida e harmoniosa. Todos os verões íamos à Bahia visitar os parentes, retornando só depois do carnaval. Era uma viagem longa de carro: dois dias de sanduíches, ovos cozidos e
banana-nanica.

Meu pai, jornalista por formação, depois de trabalhar alguns anos no Jornal do Brasil, começou a dirigir a administração do Morro Pão de Açúcar, onde no final dos anos setenta foi inaugurada uma casa noturna, o "Dancin'Days". Na
inauguração teve um show de lançamento de um grupo de mulheres: eram as "Frenéticas". Eu devia ter uns dez anos de idade, nenhuma criança podia
entrar, mas meu pai era o diretor e dava um jeito. Eu ficava escondido embaixo da mesa de som

Comecei a tocar violão aos 13 anos, por causa do meu irmão Oswaldo, e as primeiras canções que aprendi com ele foram realmente "Stairway to Heaven" (Led Zepelin) e "Hora do Almoço" (Belchior), as duas músicas mais fáceis e batidas da história. Mas meu irmão também compunha suas músicas e se inscrevia nos festivais de colégio com elas. Eu achava aquilo o máximo. O palco, os músicos, o microfone... Nessa
época conheci num acampamento em Campos do Jordão-SP (Pumas) um maluco chamado
André Abujamra, o Abu, que me ensinou os primeiros acordes de blues e rock

No "Inimigos do Rei", um trio vocal formado por mim, Luiz Nicolau e Luis Guilherme. Decidimos sair do coral
para nos dedicarmos à banda no final desse ano (87), e logo começamos a nos apresentar em pequenos bares no RJ, como o extinto "Pitéu", na Barra da
Tijuca, nosso "Cavern Club". Somente em 89, dois anos depois, conseguimos gravar nosso disco de estréia, pela CBS (atual Sony Music), e emplacamos dois
sucessos imediatos: "Uma Barata Chamada Kafka" e "Adelaide". Com o Inimigos aprendi o senso coletivo de equipe e descobri um Brasil de vários "brasís".

Finalmente, em Janeiro de 92 tomei coragem e saí do Inimigos para me dedicar então à chamada "carreira solo". Era a época do surgimento de artistas como
Nirvana, Pearl Jam, e Lenny Kravitz. Eu escutava sem parar os novos discos de rock e comprei um violão folk para compor músicas com mais "atitude". Por isso meu primeiro disco, o "Vontade" (lançado em 93), é um disco de rock

No meu segundo disco-solo, o "Pensar É Fazer Música" (lançado em 95). Se musicalmente há um namoro evidente entre o Pop com a MPB, as letras apontam para a filosofia existencialista.
Em 97, lancei o Contrasenso" (sem o hífen mesmo). O casamento de Pop com MPB
continua e desconfio que essa barreira já foi definitivamente quebrada, não só por mim, mas por vários artistas que surgiram, nos anos 90, misturando tudo
que viam (e ouviam) pela frente

Móbile inaugura definitivamente minha "aventura" sonora em parceria com esses dois músicos fantásticos, que tanto modificaram minha relação com a música: Suzano e Sacha. A influência da música eletrônica como "salvação" sonora para
a minha mesmice pop (dica: no disco ao vivo tem uma faixa bônus, gravada no estúdio, chamada "Mesmice". É a última faixa do CD. Nela eu utilizo
modestamente, pela primeira vez, loops, ruídos, e interferências, como se já anunciasse que o flerte-eletrônico estava próximo).

Agora caí na estrada com o "Tudo Novo de Novo", onde atuo como intérprete das minhas canções.
Por fim, sou apenas um compositor e letrista que se aproveita disso para tentar fazer "arte sonora". Sempre digo que esse blá-blá-blá pop-filosófico (que eu adoro) é menor do que as canções em si. Minha biografia deve ser lida apenas pelas minhas letras, que é o tempo e o lugar onde eu realmente vivo.

Moska
- Maio de 2004
...
A música Lágrimas de Diamante faz parte deste último trabalho de Moska, e também foi regravada por Luciana Mello

Nenhum comentário: